sábado, 8 de fevereiro de 2020

AVALIAÇÃO, ÉTICA E IMPLEMENTAÇÃO!

AVALIAÇÃO, ÉTICA E  IMPLEMENTAÇÃO!

Márcio  Ruben 
Ao  iniciar  meus  estudos  em  avaliação  fiquei  surpreso  com  as  intermináveis definições  sobre  avaliação.  E  se  falarmos  em  metodologia  da  avaliação,  a  confusão  é maior.  Metodologia  ou  tipo  de  avaliação?  “Os  teóricos  de  mais  prestígio  da  área  da avaliação  diferem  muito  na  visão  do  que  é  avaliação  e  de  que  forma  deve  ser  feita” (LIVRO:  AVALIAÇÃO  DE  PROGRAMAS) 1 .  Sei  que  o  conceito  de  avaliação  tem desenvolvido  a  cada  dia,  principalmente  com  as  contribuições  dos  expoentes  da avaliação  modernos  como  Scriven  e  Patton,  e  vários  comitês  e  associações  sobre avaliação.  As  avaliações  de  políticas  públicas,  quando,  por  exemplo,    na  privatização  de estatais,  exige  um  controle  por  empresas  externas  na  qualidade  dos  serviços  prestados  à população.  Muitas  avaliações  somente  são  importantes  para  quem  sofre  um  grande impacto  do  programa  que  afeta  diretamente  a  sua  vida.  Para  diretores  abastados,  o  custo benefício,  pode  ser  irrelevante.  A  falta  de  envolvimento  e  de  resultados  pode  ser equiparado  aos  resultados  de  um  juiz  indiferente  que  não  tem  conhecimento  profundo  e experiência  com  o  caso  examinado.  Conflito  de  interesses  afetam  o  resultado  quando  o gestor  tende  a  indiferença,  pois  não  afeta  o  seu  ego.  Tudo  reduz  a  credibilidade    da avaliação.  A  avaliação  de  um  produto  que  todos  apostam  nele,  porém  ao  ser  avaliado não  apresenta  eficiência.  Scriven  fala  da  “aprovação  dos  campos  de  treinamento  pelos fuzileiros e  de  ritos  de  iniciação  desumanizantes  pelos  membros  de fraternidades”(SCRIVEN:  AVALIAÇÃO:  UM  GUIA  DE  CONCEITOS) 2que  seguem um viés de  justificativa  que  muitos movimentos pelos direitos humanos  não aprovariam. A  avaliação  desses  objetos  de  estudo  depende  do  sujeito  que  avalia.  Mas  qual  é  o padrão?  O  que  é  normativo?  Consultores  de  avaliação  são  híbridos  entre  profissionais externos  e  internos,  pois  vivem  certa  independência  ilusória,  ao  viver  na  verdade  numa dependência  e  responsabilidade  relevante  ao  avaliar  o  seu  objeto  avaliado.  Abdicar  de suas  preferências,  ser  arbitrário,  executar  sua  epochê  fenomenológica.  O  contexto  tem um  caráter  longitudinal 3e  transversal,  diacrônico  e  sincrônico.  O  histórico,  os antecedentes  do  que  se  valia  mais  o  momento  atual,  “o  que  se  passa  na  atualidade” levam  o  avaliador  a  uma  realidade  da  verdade  dos  fatos,  uma  busca  da  verdade  nos moldes  socráticos  de  definição.  Por  exemplo,  numa  avaliação  formativa,  a  verdade  não pode  se  apresentar  apenas  para  o  público  alvo  externo,  também  para  os  que  convivem com  o  avaliado,  o  público  interno  (o  staff)  . 4É  preciso  distinguir  e  identificar  os critérios  para  uma  avaliação.  Não  é  possível  usar  o  mesmo  critério  de  avaliação  de pessoal  para  avaliação  de  produtos,  ou  até  mesmo  quando  se  avaliam  professores,  que conseguem um  grande  mérito por terem um  planejamento de suas  aulas, não é  padrão de critério  para  avaliação  de  pessoal,  que  nem  sempre  apresenta  um  padrão  previsível, determinista 5 . Infelizmente  os  conceitos  metodológicos  e  instrumentais  da  avaliação podem  ser  e  ainda  são,  por  muitos  profissionais  e  acadêmicos,  idiossincráticos.  Quão subjetivo  pode  ser  um  conceito  de  um  fato  objetivo.  Conceituar,  colocar  no  papel, definir.  Pode  ser  “chato”  criar  normas  e  regras.  Inconsistência  entre  a  teoria  e  a  prática. 
Habermas é um filósofo que utiliza de uma hermenêutica relativista em contraste com a hermenêutica positivista, que esta é menos empática. “Ver os eventos numa perspectiva interna”6. Talvez um dos problemas mais complexos da avaliação é na implementação. Saber distinguir entre avaliação e recomendação. Nem sempre uma avaliação parte de dados ou premissas válidas. Recomendações ao cliente podem não ser aceitas, pois suas bases são inadequadas. Não houve uma visão de acordo com os fatos internos, com a realidade presente. Avaliações podem ser excelentes, mas redigidas sem clareza7. Segundo Scriven “o fenômeno da implementação pode ter poucas ou grandes implicações para o campo da avaliação”8. Todavia, uma avaliação pode ser parcial, ou melhor, não consumada ou fragmentária, muitas vezes motivada por medo de suas conclusões. Há vários motivos para uma axiofobia,  principalmente quando interesses não casam, ou quando a ignorância do avaliador a respeito da capacidade do avaliando é o resultado de um péssimo julgamento. Por exemplo, um gestor não pode gostar de ser avaliado, todavia entende o prejuízo de um produto ruim, então mesmo contra a vontade sabe que o avaliador pode ajudá-lo a economizar nos custos do produto e evitar futuros prejuízos9. O que Scriven chama de “ajustar à fechadura a chave”. Mas a utilidade de uma avaliação pode ser descrita muitas vezes como implementação, ouvi muitas vezes isto, principalmente pelos avaliadores da área da saúde. Scriven afirma que, todavia “isto presume que o papel da avaliação é produzir recomendações, visto que somente recomendações são capazes de ser implementadas. Entretanto, muitas avaliações não podem nem devem incorporar recomendações” 10.   “As diretrizes estabelecem uma referência de qualidade para as avaliações de modo que as mesmas sejam confiáveis, úteis, éticas e culturalmente apropriadas.”(RELAC) 11  A avaliação é uma ciência, pois possui métodos, regras. Segue valores, não é uma ciência livre de valores. Ética e moral exigem juízo de valor. Avaliar é julgar, avaliar é ver que a ética é uma política do bem-estar, base de igualdade dos direitos das pessoas.12 Há uma questão ética se, logo no início, a avaliação deveria ser feita, segue um objetivo honesto e arbitrário. A avaliação não depende exclusivamente da expertise do avaliador, mas da sua sagacidade, preparo e consideração ética e moral. Depende de sua equipe e olhar consciente.  “De modo geral, o problema em avaliação primeiro é identificar valores relevantes”13 Sabendo que valores ilícitos violam restrições morais, restrições legais ou consistência lógica.
1Livro  Avaliação  de  Programas,  pág.  45. 2Livro  Avaliação: Um  Guia  de  Conceitos,  pág.  222. 3Ibid.,  pág.  230. 4Ibid.,  pág. 236. 5Ibid.,  pág.  238.
6 Ibid., pág. 117 7 Ibid., pág. 320 8 Ibid., pág. 321 9 Ibid., pág. 500 10 Ibid., pág. 501 11 Diretrizes para Avaliação para a América Latina e o Caribe pág. 5.  12 Livro Avaliação: Um Guia de Conceitos, pág. 501  13 Ibid., pág. 510 14 Ibid., pág. 511 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Aprenda a falar em público sobre a sua Avaliação!

O Discurso na Avaliação 
A palavra grega kerygma significa aquilo que é proclamado por um arauto ou proclamador público, uma proclamação por arauto.
A retórica é a arte de elaborar e apresentar o discurso. Disse Aristóteles em seu livro a Arte Retórica e Poética "Logo, se a elaboração do discurso pode existir sem preparativos com maior razão poderá existir – com a arte e cuidados”.
No grego clássico, a palavra homilos, significava falar a uma multidão e conquistá-la, daí o estudo do discurso chamado homilética ou a palavra de cunho religioso homilia.
Em avaliação o discurso é extremamente necessário. 
É muito importante saber o que você vai falar. Leia, pesquise, domine o assunto. 
Também é muito importante haver progressão de pensamento de maneira que o primeiro ponto conduza ao segundo e o segundo a um terceiro etc. Sondando o texto com perguntas encontraremos o assunto que deve dominar o discurso. O uso de perguntas como, por exemplo: 
  1. Que é avaliação?
  2. Por que avaliar?
  3. Como avaliar?
  4. Qual o resultado e o impacto da avaliação?
O quê ou quem, o por quê, o como e qual é o resultado.
Na introdução começa-se por exprimir logo de entrada o que se pretende dizer e apresentar a ideia geral. Pode-se começar na forma de conselho, fazendo referência com elogios ou reprovações, ou diretamente a questões que dizem respeito aos ouvintes de modo geral. Importa-se obter a atenção dos ouvintes para todas as partes do discurso  não só na introdução. Então sempre que se oferecer ocasião devemos nos dirigir aos ouvintes chamando a atenção deles à importância do que estamos dizendo e do que vamos fizer. Colabora bastante aprender a se relacionar com os ouvintes, saber que estão ali porque querem nos ouvir, que é essencial como se fala: não tente falar como se escreve, pois se perde a naturalidade. Enquanto o estilo escrito é mais exato o estilo das discussões é o mais dramático. Por exemplo, as frequentes repetições da mesma palavra são censuradas no discurso escrito, porém no discurso falado são meios da própria ação.

Não bastam que nossas palavras sejam intencionalmente coerentes, elas precisam ser estruturadas sobre a realidade, sobre a experiência, sobre algo que pode conectar o orador aos ouvintes, pois eles ouvem em geral o que previamente se identificam e de maneira inteiramente individual.
As divisões e a conclusão conduzem o discurso. As ilustrações devem ser usadas com cuidado, ajuda entender o discurso. Deve-se evitar ilustrações que precisam ser explicadas. Olhar e visualizar o público traz segurança ao ouvinte e aproximação. Nunca termine seu discurso sem conclusão,  na conclusão faça uma revisão de todo assunto tratado, algumas vezes levando à prática, a ação.
(Solicite uma aula sobre o assunto em gestaodaavaliacao@gmail.com prof. Márcio Ruben)








sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O que é Hermenêutica?

O que é Hermenêutica?

É a ciência e a arte de interpretar.
Três ciências: (Seguem regras)
• Hermenêutica – O que significa?
• Crítica textual – É verdade? É a melhor tradução?
• Exegese – Está de acordo na prática?

É muito importante:
• Contexto precedente e posterior.
• Textos paralelos.
• Ensino geral e do autor.
• Ensino geral de outros textos e outros autores.

Na interpretação do texto, da perícope escolhida (texto a ser examinado):
  • Verificar o escopo, isto é, o objetivo do autor.
  • Identificar o estílo do autor.
  • O uso de figuras de linguagem.
  • O contexto do autor: político, social, econômico.
"Para ser moderno é preciso ser extemporâneo" Nietzsche. Isto é, fora de seu tempo, examinar os clássicos,  outras disciplinas. A avaliação é transdisciplinar.
"Não se pode banhar no rio duas vezes da mesma maneira, pois as águas não são mais as mesmas" Heráclito, e, "Nós não somos mais os mesmos, pois sabemos que nos banhamos de novo" Hegel. Isto é, a razão é razão para cada momento do tempo. Para cada época há um jeito de pensar, uma contextualização, não pensamos como nossos pais, nossos antepassados. É preciso viver o passado, utilizar de ferramentas que nos façam nos aproximar do contexto do autor e dos seus escritos. 

A razão tem uma dialética, ora a verdade está no objeto do conhecimento,  ora a verdade está no sujeito do conhecimento. Há uma tese, antítese e síntese. Nem sempre a síntese é a total negação da antítese. A razão se desenvolve no tempo, a razão é o próprio tempo. Na análise dos textos é de suma importância a compreensão do tempo e da razão.  
Em grego, dialética, tem a ver com as palavras dia, através e aletheia,  verdade. É o desvelamento, a retirada do véu, é o movimento de vai e vem, é a afirmação e a negação, é a fenomenologia do espírito. A consciência de si mesmo. 
Todo texto a ser examinado reflete algo mais que letras, reflete espírito e razão. 
Prof. Márcio Ruben





sexta-feira, 29 de novembro de 2019

o poder da lógica

o poder da lógica 

Ontem conversei com o jovem muito talentoso e premiado, João, aluno do sistema de informação da Faculdade Cesgranrio sobre a importância da lógica.
Vou postar aqui uma série  de estudos sobre a lógica e o raciocínio lógico.

Tanto a razão como a experiência, o racionalismo e o empirismo, depende da lógica para passar de uma ideia a outra. Ela funciona otimanente aplicada a matemática, mas, quando os números são substitufdos por ideias, coisas curiosas podem acontecer. Parte do problema é que as palavras podem ter mais de um significado. Outro problema da lógica é que geralmente é preciso partir de premissas. Isto significa que, mesmo que  lógica seja correta, suas premissas podem estar erradas e levá-lo a conclusões falsas. 
• Para baixo: dedução 
A dedução é o processo de descobrir coisas que são necessariamente verdadeiras, contanto que os pressupostos de que partimos, denominados premissas, sejam verdadeiros. Aristóteles forneceu um famoso exemplo de um tipo de dedução que ele denominou silogismo. Consiste de três enunciados: duas premissas e uma conclusão . Eis o silogismo de Aristóteles sobre Sócrates: Todo homem é mortal. Sócrates é um homem. Sócrates é mortal. Das duas premissas, podemos deduzir a conclusão sem margem de dúvida. Como observou o próprio Aristóteles, a conclusão só é garantida se as premissas forem de fato verdadeiras. Se nem todo homem for mortal ou se Sócrates não for um homem, a conclusão de que Sócrates é mortal pOderá ser falsa. 
• Para cima: indução 
Outro processo lógico importante é a indução - uma forma de fazer generalizações sobre as coisas. A indução, assim como a dedução, passa das premissas para as conclusões. Mas, ao contrário da dedução, a indução leva a conclusões que podem não ser verdadeiras, mesmo que as premissas o sejam. As conclusões indutivas são prováveis, não certas. Por exemplo, se quisermos saber de que cores podem ser os pombos, sairmos em campo, encontrarmos um bom número de pombos e todos eles forem brancos, poderemos apostar que todos os pombos são brancos. Mas podemos ter certeza? Mesmo ver um milhão de pombos brancos não garante que não haja em algum lugar algum pombo preto. O máximo que podemos dizer é que todos os pombos são provavelmente brancos.

Continua...



quinta-feira, 21 de novembro de 2019

GRADUAÇÃO EM AVALIAÇÃO

GESTÃO DA AVALIAÇÃO
Estude na Cesgranrio.  Única graduação em Avaliação no Brasil. Nota máxima na avaliação do MEC.


ACESSE A FACULDADE AQUI

http://www.facesg.edu.br/graduacao_avaliacao.aspx


sábado, 16 de novembro de 2019

Baixe Modelo de Mapa de Processos e Resultados

Mapa de Processos e Resultados - Prof. Dr. Paulo Jannuzzi


"A especificação de pesquisas de avaliação e de sistemas de indicadores de monitoramento para um programa social segue, nos vários manuais e textos aplicados na área, um conjunto de etapas em que, a primeira, é a coleta de informações sobre os objetivos, desenho lógico, normas operacionais e arranjo de implementação do programa.
Essa etapa de “pre-avaliação”, também conhecida como “estudo de avaliabilidade do programa”, é determinante da qualidade e relevância dos insumos que instrumentos de monitoramento e avaliação aportam para gestão de programas sociais.
Afinal, programas sociais não são projetos sociais de pequena escala. Programas sociais são intervenções públicas desenhadas para mitigar uma problemática social ou para promover um objetivo societário comum. Para isso, a partir de uma “teoria de mudança social”, explícita ou não, estruturam-se em diversas atividades, envolvem-se milhares de pessoas em diferentes posições e instituições, consumindo recursos públicos para gerar produtos, serviços e outras “entregas” para a sociedade e os públicos-alvo almejados.
Assim, antes de especificar uma avaliação ou um instrumento de monitoramento para um programa é necessário conhecê-lo melhor, para que a pesquisa de campo ou o painel de indicadores não retratem de forma simplória a complexidade operacional do mesmo, ou ainda, não reflita os efeitos que o programa, de fato, pretenda alcançar (JANNUZZI 2016)."

 Mapa de Processos e Resultados - Baixe Aqui!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Inquisição Sem Fogueiras!

INQUISIÇÃO SEM FOGUEIRAS!

A inquisição teve inicio em 1229 e após a Reforma Protestante (1517), também foi praticada por estes . 
Alguns princípios da Inquisição:
  1. A absolvição era quase desconhecida.
  2. Os juízes eram eclesiásticos, uma ordem religiosa.
  3. A documentação e as testemunhas eram sigilosas.
  4. Os "hereges" geralmente não tinham direito a defensores (advogados).
  5. Uma pequena discordância da ordem estabelecida era motivo de ser queimado.
  6. Não havia lugar para uma "heresia construtiva".  Qualquer fala diferente era motivo para suspeita.
  7. Onde não se achavam culpados queimavam inocentes, pela denúncia com recompensa financeira de 1/3 dos bens do acusado. Uma verdadeira caça aos hereges.
Essa "atitude inquisitorial" também passou existir nos meios acadêmicos e por alguns profissionais da Avaliação. Principalmente por aqules "antigos acadêmicos" que pulverizam e esmagam os jovens acadêmicos.  
Dizem: Não aceitamos qualquer discordância.  Queimem esse "herege". Desapareçam com ele.
Dizem os inquisidores: Os males desses "novos hereges" devem ser combatidos. Esses "hereges" devem ser silenciados.
O que vemos hoje é uma inquisição sem fogueiras. Sem diálogo e baseado na hostilização, está estabelecido o tribunal. Infelizmente não se pode aceitar a cooperação e a tolerância. Professor e professora, avaliador e avaliadora devemos nos preocupar em não nos transformarmos em inquisidores dos jovens acadêmicos ou daqueles que apresentam uma abordagem diferente, mas se examinados têm um certo sentido, uma certa razão. A educação para autonomia também é uma educação libertadora da "inquisição sem fogueiras".
"Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao  gesto do outro, às diferenças do outro. Isto não quer dizer, evidentemente, que escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala. Isto não seria escuta, mas auto-anulação. A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de  exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar. Pelo contrário, é escutando bem que me preparo para melhor me colocar ou melhor me situar do ponto de vista das ideias. Como sujeito que se dá ao discurso do outro, sem preconceitos, o bom escutador fala e diz de sua posição com desenvoltura. Precisamente porque  escuta, sua fala discordante, em sendo afirmativa, porque escuta, jamais é autoritária." Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à prática Educação.
Atenciosamente, 
Márcio Ruben



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Visite nosso blog da Avaliação!

Visite nosso blog da Avaliação!


Hoje completamos 7.756 visitas ao nosso blog. Ajude a divulgar a Avaliação! "Somos anões em ombros de gigantes."



Profa. Dra. Thereza Penna Firme - Medalha Carioca da Educação 2018

Profa.  Dra. Thereza Penna Firme - Medalha Carioca da Educação 2018

Ontem tivemos uma palestra com a Professora Thereza muito maravilhosa. A cada palestra aprendemos muito e a admiramos.
Segue abaixo um vídeo da Profa.  Dra. Thereza Penna Firme - Medalha Carioca da Educação 2018. 


domingo, 10 de novembro de 2019

CIPP CONTEXTO, INSUMO, PROCESSO, PRODUTO.

CIPP
CONTEXTO, INSUMO, PROCESSO, PRODUTO.

1. A avaliação do contexto serve para decisões de planejamento. Determinar que necessidades precisam ser atendidas por um programa ajuda a definir seus objetivos.

2. A avaliação do insumo serve para decisões de estruturação. Determinar que recur-sos estão disponíveis, que estratégias alternativas do programa devem ser consi-deradas e que plano parece ter o maior potencial para atender as necessidades e facilitar a criação de procedimentos do programa.

3. A avaliação do processo serve para decisões de implementação. Qual é o grau de êxito da implementação do programa? Que barreiras ameaçam seu sucesso? Que revisões são necessárias? Depois que essas perguntas forem respondidas, será possível supervisionar, controlar e refinar os procedimentos.

4. A avaliação do produto serve para decisões de reciclagem. Que resultados foram obtidos? Até que ponto as necessidades foram reduzidas? O que deverá ser feito com o programa depois que ele chegar a seu termo? Essas perguntas são importantes para julgar o que o programa conseguiu realizar.


Referente  Livro Avaliação de Programas- Worthen - es. Gente 

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Michael Scriven

FILOSOFIA

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Comparação entre as abordagens avaliativas




VARIACÕES PROVOCADAS PELA ABORDAGEM DA AVALlACÃO QUE ESTÁ SENDO USADA
 O modelo centrado nos participantes exerceu grande influência sobre os avalia-dores. Hoje em dia, poucos profissionais da área fazem uma avaliação sem conside-rar outros públicos e o contexto em que ela está sendo feita. Mas, como no capítulo 12, os modelos têm ênfases diferentes. Um avaliador que usa a abordagem centrada exclusivamente nos objetivos, caso raro hoje entre os avaliadores tarimbados, poderia envolver diversos públicos na definição dos objetivos do programa, mas seu foco monolítico nos objetivos o impe-diria de chegar a uma descrição adequada do programa e à compreensão do contex-to político no qual a avaliação está sendo realizada. Uma abordagem centrada em objetivos tende a ser relativamente linear e pode não reconhecer a multiplicidade de pontos de vista sobre o programa, o cliente que serve nem a sociedade na qual opera Da mesma forma, uma abordagem centrada na administração costuma ser criticada por seu foco no administrador como o principal indivíduo a tomar deci-sões e por só dar informações identificadas com as decisões a ser tomadas. Embora usuários sofisticados desse modelo certamente identifiquem e conheçam os interes-ses de outros públicos, esses públicos são vistos como secundários. Se esses públicos estiverem fora da entidade (como clientes, grupos de interesse etc.), é quase certo que não serão vistos como essenciais porque os avaliadores que adotam essa aborda-gem tendem a considerá-los sem poder para tomar decisões que afetariam o progra-ma dramaticamente (é óbvio que esses avaliadores não teriam considerado a possibi-lidade de um boicote!). Um avaliador centrado na administração também poderia se concentrar na definição de decisões a ser tomadas e no contexto dessas decisões, e não no contexto do programa em si. A abordagem centrada nos consumidores vai definir necessariamente o pro-grama em razão dos olhos dos consumidores. Nesse caso, outros públicos e outras visões do programa ou dos produtos podem ser negligenciados. Portanto, uma avaliação das florestas nacionais centrada no consumidor poderia escolher o foco da satisfação dos campistas dessas florestas. Até que ponto estão satisfeitos com as instalações do camping? Com a beleza do lugar? Com o acesso aos locais onde podem acampar? Esse tipo de foco negligenciaria outros públicos, como fazen-deiros, pessoas que não acampam mas querem a terra protegida e futuras gerações de usuários e não-usuários. É provável que o avaliador centrado em especialistas tenha a visão mais estreita ao identificar e considerar os públicos e suas descrições e visões do programa. O avaliador é contratado por causa de seus conhecimentos especializados desse tipo de programa. Esses conhecimentos, assim como os critérios da avaliação, derivam nor-malmente de educação, treinamento e experiência no campo e, muitas vezes, de padróes criados pela mesma profissão em que o "especialista" é formado. Assim, o público do programa e os meios de descrevê-lo são circunscritos de forma bem estreita pela profissão que o programa representa (como educação para as escolas, saúde para os hospitais, justiça criminal para as prisões). O avaliador pode coletar dados sobre o programa com muitos públicos diferentes, mas raramente vai consi-derar as necessidades informacionais desses públicos em sua avaliação. Esse avalia-dor veria seu papel como um reflexo dos padróes de seu campo, e não dos de outras pessoas ou grupos. O modelo centrado nos participantes é, com certeza, o que defende mais ardo-rosamente a inclusão de muitos públicos e perspectivas diferentes no planejamento da avaliação. O avaliador que usa esse modelo procuraria constantemente descobrir.
Livro Avaliação de Programas  -  Worthen


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Efeito Hawthorne




Conceito que se originou nos Estudos Hawthorne e que consiste numa mudança positiva do comportamento de um grupo de trabalhadores em relação aos objetivos de uma empresa devido ao fato de eles se sentirem valorizados pela gerência ou pela direção da mesma.
Esse comportamento ocorreu durante os experimentos realizados em Hawthorne, quando os pesquisadores passaram a ouvir os desabafos e as sugestões dos trabalhadores. Estes consideraram que o simples fato de estarem sendo ouvidos pela empresa – e algumas de suas sugestões postas em prática – tinha sido a melhor coisa que se fizera até então. 
Os trabalhadores se sentiam valorizados também por terem sido selecionados para participar dos experimentos de Hawthorne: nas salas especiais onde estes se realizavam, a supervisão se exercia de uma forma muito menos opressiva e tirânica do que na fábrica.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O que é Modelo Lógico?

O desenho do modelo lógico (ML) de um programa é um esquema visual que expõe o funcionamento desse programa e fornece base objetiva a respeito da relação causal entre seus elementos, e consta de uma das etapas do processo de avaliação  (BEZERRA; CEZARIN; ALVEZ, 2010). O ML apresenta a racionalidade  interna de  funcionamento  da intervenção, ou seja, a interação entre os recursos necessários, as atividades previstas e os efeitos esperados, permitindo mapear se o programa opera como o previsto e quais são os aspectos mais frágeis, que requerem avaliação  (OLIVEIRA  ET AL., 2015).

Modelo e texto tirados da "Revista Rosa" REVISTA DO CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DE SAÚDE VOLUME 41, NÚMERO ESPECIAL RIO DE JANEIRO, MAR 2017

Está edição é especial sobre monitoramento e avaliação

BAIXE AQUI É  EXCEPCIONAL

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A Selva da Avaliação

Como enfrentar as pressões políticas sobre os estudos avaliativos
Só a mera ingenuidade explicaria a dificuldade inicial dos pesquisadores da área da avaliação de antecipar as complexidades da realidade so-cial e política? Esses pesquisadores (avaliadores) estavam mentalmente pre-parados pelo paradigma newtoniano, dominante nas ciências sociais, para uma exploração ousada das profundezas geladas (imutáveis) do espaço interplanetário. Mas estavam completamente despreparados para o pesa-delo tropical de urna selva darwiniana: um inferno verde fumegante, onde tudo está vivo e agudamente consciente de sua presença e nada espera passivamente para ser afetado por uma força externa. Esse mundo complexo é morbidamente competitivo e estrategicamente imprevisível porque as informações (da avaliação) são poder, e o poder confere vantagem competitiva. A selva darwiniana manipula e engana o viajante incauto apresentando-lhe miríades de finalidades contrárias e conflitantes. As sufocantes roupas espaciais acabaram de ser despidas (Sechrest & Figueredo, 1993, p. 648).

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A Avaliação e a Epochê

Toda consciência, diz Husserl, é sempre  “consciência de”  ou consciência de alguma coisa, isto é, toda consciência é um ato pelo qual visamos um  objeto, um fato, uma idéia. Na abordagem fenomenológica tudo o que existe é fenômeno e só existem fenômenos. Fenômeno é a presença real de coisas reais diante da consciência; é aquilo que se apresenta diretamente,  “em pessoa”,  “em carne e osso”, à consciência.
Para nós aproximarmos do fenômeno devemos suspender todo juízo próprio de valor preconcebido, devemos fazer a epochê, suspensão de valores preconcebidos sobre o objeto. O que  é o fenômeno? É a  essência. O que é a essência? É a significação ou o sentido de um ser, sua ideia, seu  eidos. A Filosofia é a descrição da essência da consciência (de seus atos e correlatos) e das essências das coisas. Por isso, a Filosofia é uma  eidética  – descrição do  eidos ou das essências. Como o  eidos  ou essência é o fenômeno, a Filosofia é uma fenomenologia.
A abordagem naturalística de Guba e Lincoln diferenciou entre o estudo naturalista, enraizado na etnografia e na fenomenologia, e o estudo "convencional", baseado no paradigma experimental positivista.
Segundo Guba e Lincoln, o principal papel da avaliação é responder às exigências de informações do público-alvo de formas que levem em conta as diferentes perspectivas valorativas de seus membros. Ao adotar uma abordagem naturalista, o avaliador estuda a atividade do programa in situ, ou tal como ocorre naturalmente, sem confiná-la, manipulá-la nem controlá-la. O estudo naturalista coloca o avaliador no papel de estudante, e aqueles que estão sendo avaliados no papel de informantes que "ensinam" o avaliador. A perspectiva dominante é de que o informante, pelo fato de os avaliadores assimilarem sua perspectiva, aprende os conceitos usados para descrever seu mundo, emprega suas definições desses conceitos, familiariza-se com as explanações da "teoria popular" e traduz seu mundo para que o avaliador e outros possam compreendê-lo.
A avaliação e a Epochê é o exame do fenômeno sem pré-conceitos, sem etnocentrismos,  uma visão de campo onde os atores principais são os participantes.

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