quinta-feira, 4 de outubro de 2018

A DESCONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE – MÁRCIO RUBEN


A DESCONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE – MÁRCIO RUBEN

Identidade na Modernidade
O paradigma da noção substancial de identidade no pensamento moderno remonta ao cogito cartesiano: o Eu como essência e unidade, fixo, essencialmente inato e inalterável.
De forma bem distinta, autores tão diferentes como Hume, Kierkegaard, Marx, Nietzsche ou Sartre consideram, pelo contrário, a identidade essencialmente como resultado de uma construção do próprio Eu: o sujeito enquanto projeto de cada indivíduo, criado ao longo da sua vida e desenvolvido pela ação, o "Eu com uma dimensão infinita" que permite a cada um escolher a sua própria identidade.

A crítica Pós-moderna

A crítica à noção moderna de identidade - o eu como realidade profunda, substancial, coerente e dotado de força emancipatória - que logo toma a forma de uma refutação das próprias noções de sujeito e identidade, apresentadas como mito, ilusão, puras construções da linguagem e (ou) do poder. Versões particulares, mas com variações mínimas desta narrativa surgem na "genealogia da alma moderna" de Foucault, no sujeito como resíduo, sem identidade fixa, radicalmente descentrado, errático e esquizoide de Deleuze.

A Autonomia
A autonomia descentrada em todas estas dimensões define a imagem de um sujeito capaz de "dispor criativamente das suas necessidades, de apresentar a sua própria vida de uma forma eticamente refletida e de proceder à aplicação das normas universais de modo adequado ao contexto" (Honneth, 1993: 271).

A identidade cultural na pós-modernidade
“O sujeito previamente vivido como tendo uma identidade estável e unificada, está se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não resolvidas” (Hall, 2001, p. 12). Ele pode assumir identidades diferentes em diferentes momentos e, obviamente, elas não estarão unificadas em torno do “eu” coerente. A segurança e a coerência de uma identidade plena são apenas uma fantasia.
Sem um centro estável, além da desarticulação da coerência do passado, há a possibilidade de novas articulações no presente. Ou seja, a criação de novas identidades.

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