A DESCONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE – MÁRCIO RUBEN
Identidade na Modernidade
O paradigma da noção
substancial de identidade no pensamento moderno remonta ao cogito cartesiano: o
Eu como essência e unidade, fixo, essencialmente inato e inalterável.
De forma bem distinta, autores
tão diferentes como Hume, Kierkegaard, Marx, Nietzsche ou Sartre consideram,
pelo contrário, a identidade essencialmente como resultado de uma construção do
próprio Eu: o sujeito enquanto projeto de cada indivíduo, criado ao longo da
sua vida e desenvolvido pela ação, o "Eu com uma dimensão infinita"
que permite a cada um escolher a sua própria identidade.
A crítica Pós-moderna
A crítica à noção moderna de
identidade - o eu como realidade profunda, substancial, coerente e dotado de
força emancipatória - que logo toma a forma de uma refutação das próprias
noções de sujeito e identidade, apresentadas como mito, ilusão, puras
construções da linguagem e (ou) do poder. Versões particulares, mas com
variações mínimas desta narrativa surgem na "genealogia da alma
moderna" de Foucault, no sujeito como resíduo, sem identidade fixa,
radicalmente descentrado, errático e esquizoide de Deleuze.
A Autonomia
A autonomia descentrada em todas estas dimensões define a
imagem de um sujeito capaz de "dispor criativamente das suas necessidades,
de apresentar a sua própria vida de uma forma eticamente refletida e de
proceder à aplicação das normas universais de modo adequado ao contexto"
(Honneth, 1993: 271).
A identidade cultural na
pós-modernidade
“O sujeito previamente vivido
como tendo uma identidade estável e unificada, está se tornando fragmentado; composto
não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou
não resolvidas” (Hall, 2001, p. 12). Ele pode assumir identidades diferentes em
diferentes momentos e, obviamente, elas não estarão unificadas em torno do “eu”
coerente. A segurança e a coerência de uma identidade plena são apenas uma
fantasia.
Sem um centro estável, além da desarticulação da coerência do passado, há a possibilidade de novas articulações no presente. Ou seja, a criação de novas identidades.
Sem um centro estável, além da desarticulação da coerência do passado, há a possibilidade de novas articulações no presente. Ou seja, a criação de novas identidades.
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