domingo, 2 de junho de 2019

A LEITURA RUMINANTE

A LEITURA RUMINANTE

Nietzsche escreve para além do bem e do mal. Escreve sobre o valor da vida. O que é 'moral' para ele é a preservação da vida. Tudo que o incapacita é 'imoral'. A transvaloração dos valores, não está baseada numa virtude religiosa, ou moral dicotômica herdada de Sócrates, Platão e Aristóteles, mas no homem que se torna forte pela vontade de viver e sobreviver. A vontade de potência é potência para vida. Mas como analisar os textos criados por essa dicotomia fraca do homem? Ruminando, desconstruindo, mastigando.  "Um crítico é um leitor que rumina. Ser-lhe-ia necessário ter vários estômagos". A leitura ruminante nos leva a experimentar uma interpretação para além da dicotomia moderna. Uma leitura baseada no exame aprofundado do texto. Para a gradação dos valores, numa variação das cores. Além do preto e do branco.  "A leitura ruminante é um dispositivo interpretativo, produtivo, proliferante e criador, não subordinado a tosca lógica do certo-errado nem a indecorosa procura de uma verdade 'por trás'; vincula-se, antes, ao perspectivismo, ao risco de se lançarem certas luzes e sombras sobre um texto dado, fazendo-o pivotar sobre si e produzir sentido." Maria Cristina Franco Ferraz - Nove Variações sobre temas nietzschianos

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